Pode um país produzir toda a sua energia de forma renovável?

Nesta época do ano, é muito comum ver notícias de grandes ondas de calor e, consequentemente, de fortes crescimentos na demanda energética. Mas também na atualidade vemos que o avanço das energias renováveis não é apenas forte, mas pode tornar-se na principal produção energética num futuro próximo. No entanto, é possível que algum dia tenhamos países sustentáveis a cem por cento? A resposta pode estar muito próxima do nosso país.

No mês passado de julho, a Rede Elétrica Nacional de Portugal anunciava um fato que a muitos lhes parecerá insólito: 104% da sua produção de energia foi realizada com fontes renováveis. Referia-se ao mês de março deste mesmo ano. Alcançou-se 55% da produção unicamente com energia hídrica, barragens e quedas d'água. E 42% de forma eólica. O restante e o excedente foram obtidos por meio de outro tipo de soluções energéticas também verdes.

Diante desta notícia, a pergunta a se formular é clara. Podemos depender única e exclusivamente de fontes energéticas renováveis? Infelizmente, devemos dizer que (ainda) não. Os sistemas sustentáveis são muito mais complexos que os poluentes e, além disso, dependem de fatores externos que os tornam menos seguros. No entanto, num futuro próximo, é possível que isso mude.

Se analisarmos o caso de Portugal, a primeira coisa que devemos considerar é que o país atlântico tem uma grande fortaleza em recursos hídricos, e essa é uma fonte de produção de energia bastante estável, e além disso favorece um percentual alto de penetração. Mas o truque do mês de março em Portugal não tem a ver com as suas ótimas instalações hídricas e eólicas - que sem dúvida o são -, mas sim com as fortes chuvas que assolaram a península e também com os grandes ventos que transportaram a água.

Esse é precisamente o grande problema das energias renováveis, que dependem das condições climáticas. E nem sempre podemos esperar que chova ou que o vento seja de grande intensidade. Em março, por exemplo, as condições climáticas foram devastadoras para os portugueses, mas fantásticas para a produção energética.

Significa isso que não será possível que tenhamos países que produzam sua energia de maneira unicamente sustentável? De forma alguma. É mais, avança-se que Portugal será capaz em 2040 de suprir toda a sua demanda energética única e exclusivamente com renováveis.

Desafios dos futuros países sustentáveis

Como avisam os especialistas, o caso português de março é uma situação excepcional. Se bem que é um primeiro grande passo para a criação de energia limpa a cem por cento, agora mesmo não passa de um fato anedótico. Não podemos depender do tempo em sua totalidade.

O seguinte desafio da tecnologia verde é que é elétrica, assim que não pode ser armazenada: o que se produz é o que se consome. Normalmente, a energia tradicional pode servir para ajustar a demanda dos consumidores.

O exemplo de Portugal nos diz que estamos no caminho certo, mas que ainda falta muito para termos países totalmente sustentáveis em sua energia. A pequena escala, nas Ilhas Canárias temos o exemplo do Hierro, onde se tentou criar uma ilha cuja produção energética fosse cem por cento limpa. No entanto, apenas foi conseguido em alguns períodos temporais.

O futuro passa pelo entendimento do sistema hídrico e também do eólico - os dois que mais energia criam - para que possamos armazená-la. Em países como a Dinamarca sobredimensionam-se os sistemas para poder chegar a um ponto em que a demanda nunca escasseie. Como dissemos, a energia que se gera é a que se consome, é a demanda que estabelece o consumo total. Se pudesse ser armazenada de alguma maneira, já se teria dado um passo gigante. A evolução dos sistemas, estima-se, evoluirá para que possamos gerar uma produção melhor. Sobretudo em horas de pico.

Agora mesmo, deveremos continuar mantendo o sistema misto, em que misturamos a energia renovável com a tradicional. A boa notícia é que a presença da tecnologia verde é cada vez maior. Mas, de momento, teremos que esperar para ver se em 2040 países como Portugal podem depender única e exclusivamente de sistemas renováveis.

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