Que papel desempenham os edifícios no bem-estar dos seus habitantes?
superadmin
December 14, 2016
É necessário entender todos e cada um dos elementos que fazem parte de um edifício como os órgãos vitais que o compõem. Todos os sistemas (construtivo, estrutural e de instalações) desempenham um papel importante na nossa saúde e conforto quotidianos, não nos esqueçamos deles na hora de projetar o nosso local de trabalho.
Sabes o que diz a OMS sobre os edifícios?
Atualmente, o bem-estar e o conforto das pessoas depende, em grande medida, da qualidade do ambiente interior dos espaços fechados (domicílio, centros educativos, escritórios, centros clínicos, comércios, espaços de lazer, etc.), pois, tal como sustenta a Organização Mundial da Saúde (OMS), as pessoas apenas passamos entre 10% e 20% em espaços ao ar livre.O que entende a OMS por “Síndrome do Edifício Doente”? A organização sustenta que um edifício pode ser considerado “doente” quando os seus ocupantes acusam afecções de saúde e falta de conforto. Normalmente, trata-se de edifícios qualificados de “inteligentes”, com um alto grau de hermeticidade e tecnificação, e um considerável uso de materiais de construção sintéticos. Dada a relevância que esta questão possui na sociedade dos nossos dias, são cada vez mais os estudos que estabelecem uma relação entre determinados fatores ambientais presentes no interior dos edifícios e a saúde das pessoas.
No caso de queixas por parte dos ocupantes do edifício, pode-se optar por realizar uma análise ambiental para determinar as causas e propor medidas corretivas de acordo com a normativa que regula a qualidade do ambiente interior. Níveis de umidade relativa baixa, deficiências no sistema de ventilação e climatização, e uma manutenção das instalações inadequada ou insuficiente costumam ser as causas mais comuns do mal-estar. Dado que determinar a causa costuma ser um trabalho complexo e, por regra geral, não costuma haver um único fator de origem do problema, o estudo deve ser orientado a investigar e medir mais de um parâmetro relacionado com a saúde ambiental.
LS: um caso concreto de doença dos edifícios
A lipoatrofia semicircular (LS) é uma afeção idiopática caracterizada por uma atrofia de tecido adiposo subcutâneo em forma de depressão semicircular. As pessoas que sofrem tal afeção costumam habitar espaços com uma umidade relativa baixa, excessivamente tecnificados e construídos com materiais pouco dissipativos dos campos eléctricos. A literatura científica considera a hipótese de que a existência de cargas eletrostáticas e a aparição de lipoatrofia circular nessas áreas do corpo próximas ou em contacto com o mobiliário (isto é, nas pernas a uma altura de 72 cm, nos braços e no abdómen) estão relacionadas.A administração atua, medidas preventivas
A este respeito, a Generalitat de Catalunya, a partir das suspeitas de um aumento de abortos em 2008 em um centro de trabalho com casos de lipoatrofia circular, publicou um protocolo de atuação, pioneiro na matéria, no ano de 2009.O protocolo de atuação, com o intuito de evitar a aparição de casos, estabelece a necessidade de ter em conta as seguintes medidas preventivas na hora de projetar os postos de trabalho:
- As bordas ou cantos das mesas devem ser largos, de modo que a superfície de contacto seja grande. Devem ser evitadas as bordas vivas e finas.
- É obrigatório informar os trabalhadores e fixar procedimentos de trabalho que evitem que se possa exercer pressão de forma contínua das partes do corpo sobre as bordas do mobiliário (especialmente, na mesa de trabalho).
- Garantir níveis de umidade relativa do ar de aproximadamente 50%, assegurando que esses níveis sejam mantidos durante toda a jornada de trabalho e em todas as estações do ano.
- Evitar materiais que causem e acumulem eletricidade estática.
- Impedir que as instalações elétricas interfiram sobre a estrutura metálica das mesas de trabalho, através da melhoria do isolamento elétrico do cabeamento e conectando-o à tomadade terra de proteção do circuito elétrico.
Siber Ventilação
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