Guia da Edificação de Energia Quase Nula (EECN): rumo à eficiência energética

Um dos dias mais importantes para o setor da construção em Espanha está prestes a chegar. Desde 1 de janeiro de 2020, todas as obras que sejam realizadas em Espanha deverão ser Edificações de Energia Quase Nula (EECN), o que constitui um enorme avanço em matéria de eficiência energética no nosso país, além de um novo conjunto de normas a seguir em todos os edifícios que sejam erguidos ou reabilitados.

Há poucos anos, falar de Edifícios de Energia Quase Nula era muito raro. Os construtores espanhóis limitavam-se apenas às normativas vigentes e não levavam em conta as recomendações da União Europeia, que há muito solicita que o setor da construção se concentre mais na eficiência energética. Devido a isso, o Código Técnico de Edificação está há algum tempo ajustando-se para que as habitações e os centros de trabalho consumam o mínimo de luz ou gás.

No entanto, este tipo de construção -também conhecido como Edificação de Consumo Quase Nulo (ECCN)- vai muito mais além, e para alguns ainda soa a ficção científica. Como pode ser possível que existam construções que não consomem luz ou que têm um consumo extremamente reduzido? Pois antes de dar explicação a isso, a resposta está nas cidades europeias: já existem centenas de edifícios certificados como nZEB (nearly Zero Energy Building na sua classificação inglesa) repartidos por todo o território.

O auge dos Edifícios de Energia Quase Nula

Podemos dizer que a Edificação de Energia Quase Nula não é algo novo, embora há relativamente pouco tempo se tenha começado a falar deste tipo de construção nos meios de comunicação espanhóis. A definição de Edificação de Consumo Quase Nulo, com as siglas em inglês nZEB, parte da Diretiva Europeia 2010/31/UE introduzida há quase uma década. Com ela, promovia-se que os edifícios pudessem alcançar tal consumo quase nulo, em linhas gerais, mediante o seguinte:
  • Edifícios preparados para combater o frio e o calor com isolamento térmico e sistemas de ventilação em vez de com mecanismos de climatização tradicionais.
  • Pôr em prática sistemas que utilizem as energias renováveis.
  • Construção centrada em economizar energia e evitar consumos, em vez de minimizar o investimento.
No entanto, Espanha foi um dos países que menos levou em conta as diretrizes da União Europeia e a edificação nZEB não conseguiu popularizar-se, ficando mais bem como algo anedótico. É por isso que, desde a comunidade europeia, forçou-se que a sua aplicação fosse de cumprimento obrigatório. Desde 2018, os edifícios públicos que se constroem têm de adaptar-se à normativa EECN de consumo quase nulo, mas a partir de 1 de janeiro de 2020 essa obrigatoriedade se estenderá a todas as construções espanholas, públicas e privadas.

À procura de uma normativa clara para os edifícios EECN

ventilação eficiente nzeb

Um dos aspectos chave da futura edificação nZEB é a normativa, que continua a preocupar muito os construtores e também uma boa parte dos arquitetos. O problema é que, a poucos meses de que a Edificação de Consumo Quase Nulo seja uma obrigatoriedade, a normativa ainda é algo vaga e não existe um texto que especifique exatamente que critérios devem ser seguidos.

Isso deve-se ao fato de que a União Europeia entrega uma série de recomendações e ideias, por exemplo que um terço do gasto total energético pode destinar-se à ventilação mecânica, o que possibilita que a climatização possa ser suprida mediante a instalação de sistemas de ventilação de duplo fluxo, que são capazes de suprir a calefação e os equipamentos de ar condicionado.

Entre as diferentes generalidades que especifica a União Europeia encontramos as seguintes:

  • Iluminação sustentável e além disso controlada. Por um lado está a instalação de lâmpadas LED de baixa demanda energética, mas isso é apenas a ponta do iceberg. Na Edificação de Energia Quase Nula que propõe a União Europeia aposta-se por uma orientação específica que aproveite ao máximo a iluminação natural, para que entre o máximo de luz solar. Os sistemas automáticos devem ser capazes de garantir a entrada de luz nos momentos chave do dia.
  • Climatização de baixo consumo. Ninguém dúvida que, num edifício, o maior consumo energético é protagonizado pela climatização. Por isso, deve-se apostar na refrigeração passiva no verão e que no inverno se beneficie de uma construção hermética, sempre seguindo os conselhos necessários do isolamento térmico. Deve evitar-se a entrada de calor e frio mediante sistemas que não consumam energia. Se o edifício for construído de maneira eficiente energeticamente, podemos contar com coberturas ventiladas e outro tipo de mecanismos que tornem desnecessário o uso de aparelhos de ar condicionado ou calefação. Na maioria das ocasiões é possível evitar o uso dos sistemas de climatização -pelo menos durante a maior parte do ano- graças ao isolamento térmico.
  • Sistemas de ventilação mecânica. Como já dissemos, um terço do consumo energético nos EECN se produzirá pelo uso da ventilação, pelo que devemos escolher muito conscientemente que tipo de sistema necessitaremos. Neste caso, podemos relacionar o isolamento térmico com a aplicação que nos proporciona em matéria de climatização a tecnologia da ventilação mecânica de duplo fluxo. Este tipo de sistema de ventilação pode contar com uma unidade de recuperação de calor, que pode nos fazer economizar na fatura da luz e na do gás, já que no inverno aquece o ar do exterior que é impulsionado nos ambientes, e no verão o refrigera.
  • Aposta pelas fontes energéticas renováveis. Da mesma maneira, deve-se apostar pelas energias sustentáveis de origem renovável. Por exemplo, é uma boa alternativa contar com painéis solares para o desempenho dos sistemas de climatização, e além disso costumam ser comuns os sistemas de Água Quente Sanitária (ACS), já que podemos evitar o consumo energético em aquecer a água mediante a captação da energia solar.
Mais além destas generalidades, a União Europeia não oferece muita mais informação acerca dos Edifícios de Energia Quase Nula e prefere que sejam os próprios países que tomem decisões em relação à normativa definitiva.

Em Espanha, essa normativa ainda não está finalizada. Embora desde 2018 todos os edifícios de obra pública devam ser EECN, a realidade é que está a aplicar-se o Código Técnico de Edificação, já que atualmente a normativa geral espanhola já leva em conta muitas particularidades em matéria de eficiência energética.

Uma das melhores maneiras de adaptar-se à futura normativa dos Edifícios de Energia Quase Nula (EECN) é pôr em prática certificados optativos de alta eficiência energética, como são BREEAM ou Passivhaus. Através da adaptação à normativa exposta nesses certificados, é possível alcançar Edifícios de Energia Quase Nula, uma vez que vão mais além da normativa europeia.

O Congresso de Edifícios de Energia Quase Nula, um fórum onde aprender sobre os EECN

Congresso de Edifícios de Energia Quase Nula

Para promover o conhecimento acerca dos Edifícios de Alta Eficiência, no passado dia 23 de outubro celebrou-se o Congresso Edifícios Energia Quase Nula (EECN), o principal fórum de encontro profissional onde abordar o estado atual deste tipo de construções e o que vai significar a sua implementação para o nosso país. Foi a sexta edição deste congresso e celebrou-se no Auditório de La Nave, em Madrid.

O lema principal desta nova edição do fórum mais importante em Edifícios de Alta Eficiência é: E depois do EECN o que? Uma visão de futuro . Trata-se de uma abordagem que quer dar resposta ao futuro imediato, tanto para os edifícios de nova obra como para os projetos em reabilitação.

Este importante fórum para o setor da construção está focado para arquitetos, engenheiros, construtores, promotores, fabricantes de materiais, representantes da administração, empresas do setor energético, instaladores, administradores de imóveis ou universidades, entre outros atores. Aqui se pode conhecer a atualidade legal e técnica para conseguir edifícios que quase não consumam energia ou aprender com experiências e opiniões sobre os mais importantes projetos realizados.

O Congresso de Edifícios de Energia Quase Nula é, além do lugar onde aprender mais sobre este tipo de edificações graças a mesas redondas e conferências, um lugar onde estabelecer conexões com importantes personalidades do setor e profissionais nos EECN.

Siber Zone participou na mesa redonda intitulado como: Reabilitação e Edifício de Consumo de Energia Quase Nula: uma oportunidade para a geração de valor económico, social e ambiental, à qual assistiu o nosso técnico Siber Ventilação Alberto Rodríguez.

Congresso EECN

Não há dúvida de que o Congresso de Edifícios Energia Quase Nula é o mais importante evento do setor onde abordar o que vão significar os Edifícios de Alta Eficiência, por isso trata-se do fórum imprescindível do setor para aprender sobre isso. Ali se trataram temas como:
  • Os mais importantes projetos e soluções dos Edifícios de Energia Quase Nula.
  • A atualidade legal e a normativa proposta, além de soluções para conseguir adaptar-se à iminente obrigatoriedade.
  • Conhecer personalidades importantes do setor e fazer networking.

Siber Ventilação

Fabricante de Sistemas de Ventilação com Alta Eficiência Energética. A Siber oferece um conjunto de soluções de alta eficiência energética em ventilação eólica e mecanicamente inteligente, melhorando a Saúde, Higiene e Conforto das pessoas, sendo respeitosa com o meio ambiente.

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