Shunt e caudal de ventilação, como se combinam?

O shunt é um elemento muito importante no desenvolvimento de um processo de ventilação, embora seja algo que era muito mais comum na construção anterior ao CTE e é habitual em edifícios antigos. Podemos definir o shunt de ventilação -também conhecido como o espaço de ventilação- como o grande conduto nos edifícios que se bifurca em vários condutos pequenos que vão parar a cada uma das divisões, e cujas funções eram evacuar fumos e criar uma zona de passagem de ar graças à ventilação natural. É por isso que é importante conhecer como se combinam shunt e caudal de ventilação para poder garantir a salubridade nos edifícios.

Graças ao shunt era possível interligar vários condutos sem o risco de que o ar renovado procedesse de outra divisão. O ar que entra através desta rede de condutos numa divisão é sempre do exterior, nunca por exemplo poderia chegar a um quarto de dormir o ar de uma casa de banho de outro andar. Era o sistema mais comum de ventilação natural até que o Código Técnico da Edificação impôs outras diretrizes para garantir uma melhor salubridade nos interiores.

Atualmente, o shunt só poderia ser utilizado se fosse apoiado por um sistema de ventilação híbrido que combinasse esta forma de renovar o ar com um sistema mecânico. Mas não pode ser o único mecanismo de renovação do ar, já que no Documento Básico HS3 especifica que para garantir a necessária salubridade nos interiores todos os edifícios devem dispor de um sistema de renovação do ar mecânico.

Então, que relação têm caudal e shunt de ventilação? Basicamente, que nos edifícios antigos é preciso calcular se a ventilação natural oferece o suficiente caudal através do shunt, em função do número de divisões a ventilar.

O caudal de ar no shunt não será estável, já que se trata de ventilação natural. Deve-se analisar a meteorologia do local em concreto, embora os dados devam ser confrontados com o tipo de shunt e os diferentes passos do ar. Que resultado nos dará o cálculo da fórmula de shunt e caudal? Acima de tudo, o volume de pessoas que poderão ocupar cada divisão. Em qualquer caso deve garantir-se uma alta ocupação.

Como usar corretamente shunt e caudal de ventilação?

Como comentamos, atualmente o CTE não recolhe informação sobre o uso em exclusivo dos sistemas de shunt, embora possa contemplar os espaços de ventilação nos sistemas mecânicos híbridos.

Desta forma, o Documento Básico HS3 de salubridade recolhe essa informação no seu artigo 3.2.3 sobre condutos de extração para ventilação híbrida.

  • Cada conduto de extração deve dispor de um aspirador híbrido situado depois da última abertura de extração na direção do fluxo de ar.
  • Os condutos devem ser verticais.
  • Se os condutos são coletivos não devem servir a mais de 6 andares. Os condutos dos dois últimos andares devem ser individuais.
Isto dá-nos uma visão de como usar o shunt de ventilação em novos edifícios. Esses condutos coletivos só podem servir no máximo seis andares e seria necessário dispor de um sistema de três condutos individuais shunt. Desta forma, o ar seria extraído manualmente enquanto fossem dadas as condições meteorológicas favoráveis, recorrendo à extração mecânica quando fosse necessário para garantir o caudal de extração. Essa saída de ar será realizada através dos extratores localizados em zonas húmidas das casas, como são os banheiros e as cozinhas.

Que futuro têm os sistemas shunt? Sem dúvida, devemos tê-los muito em conta na reabilitação e não na nova construção, uma vez que não seria necessário instalá-los com base na nova normativa do CTE. Mas de maneira simples podem adaptar-se os shunt de ventilação às edificações antigas que dependam deste tipo de ventilação natural. É possível instalar sistemas de ventilação híbridos de maneira pouco dispendiosa aproveitando os espaços de ventilação.

Hoje em dia, tal como avisa o CTE, é imprescindível garantir um caudal de ventilação mínimo. E para isso é necessário um sistema de ventilação mecânico ou híbrido. Para lograrmos isso podemos utilizar a fórmula para calcular o caudal:

Q= V x S

Nesta fórmula, V é a velocidade de passagem do fluido através de uma seção S. Seguindo as unidades do Sistema Métrico Internacional, expressa-se em m/s e o caudal Q fica expresso em m³/s.

Ainda que hoje em dia os espaços de ventilação não sejam frequentemente implementados em favor dos sistemas de ventilação mecânicos, mesmo assim, podem reaproveitar-se na reabilitação para a implementação de sistemas híbridos que combinem shunt e caudal de ventilação e assim cumprir com a normativa do Código Técnico da Edificação.

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