Como se incorpora ar puro limpo nos sistemas de ventilação

A complexidade dos sistemas de ventilação natural reside na diversidade de fatores que provocam o movimento do ar dentro de um edifício, tanto no que diz respeito ao vento (velocidade, direção, orografia e edifícios circundantes) como no que se refere à temperatura exterior e interior do edifício. Estes influenciam de diferentes maneiras na ventilação: estratificação do ar, sobreaquecimento da cobertura, introdução de ar limpo, etc. Portanto, para desenhar corretamente um sistema de ventilação natural, é necessário validá-lo previamente através de técnicas de simulação numérica (CFD) e estabelecer uma estratégia inicial onde se tenha em conta os seguintes fatores:

• Análise do clima: em zonas com climas muito quentes e com grandes variações de temperatura entre o dia e a noite é adequado promover uma ventilação noturna que possa ser fechada durante o dia para evitar o ar quente do exterior. Em climas húmidos e quentes, uma ventilação natural durante todo o dia é muito adequada, propiciando um esquema de edifício aberto com pátios e brises solares que permitam a entrada de ar novo limpo. Nestes casos, o movimento do ar no interior contribui para aumentar o índice de conforto dos ocupantes. Por último, deve ser considerada a instalação de um sistema de ventilação mecânica quando a natural seja desaconselhável, como pode acontecer em zonas com climas muito frios.
• Orientação do edifício: deve-se potenciar ao máximo a ventilação com ar novo limpo que se possa introduzir no edifício a partir das fachadas perpendiculares aos ventos estivais, evitando introduzir obstruções (árvores, edifícios anexos, etc.) nessa direção. Pelo contrário, para evitar os ventos de inverno podem ser localizadas barreiras vegetais ou filas de árvores que se interpõem em sua direção predominante.
• Criterios de diseño del proyecto: para se poder introduzir uma ventilação natural que seja eficiente, o edifício projetado deve ser estreito, de forma que as fachadas principais estejam próximas e se possa provocar com facilidade uma ventilação cruzada. A largura máxima do edifício nestes casos é de 13 m; acima desta dimensão deve ser considerada a instalação de um sistema de ventilação mecânica. Em locais com uma altura elevada como armazéns industriais, pátios interiores, etc., é muito apropriada a colocação de claraboias com grelhas de ventilação, que favorecem a saída do ar mediante os gradientes de temperatura entre o exterior e o interior do edifício.
O Código Técnico de Edificação na sua Seção HS. “Salubridade”, exige a introdução de um sistema de ventilação híbrido ou mecânico para habitações. A ventilação mecânica torna-se especialmente necessária em blocos de habitação onde um único duto vertical pode servir a várias habitações ao mesmo tempo e garantir assim a sua ventilação de uma forma eficiente. A ventilação híbrida por sua vez é um sistema muito apropriado para edificações com poucas alturas e com sistemas de ventilação individuais, como é o caso das habitações unifamiliares, geminadas ou pareadas. Do ponto de vista da eficiência energética do imóvel, o seu consumo é menor, ao empregar em determinados momentos um sistema natural de renovação do ar contaminado. Este funciona com gradientes de pressão ou temperatura entre o interior e o exterior das habitações. Tem o inconveniente de que no projeto dos dutos de ar para a extração não devem ser utilizados muitos trechos horizontais, pois isso dificultaria muito o funcionamento da instalação durante os processos de ventilação natural.