Como circula o ar pelos condutos de ventilação?

Características dos condutos de ventilação

Existem diferentes tipologias de condutos de ventilação atendendo à sua composição e à sua geometria. No que diz respeito à sua composição, os condutos costumam ser metálicos, embora também possam ser fabricados com materiais isolantes (fibra de vidro e lã de rocha principalmente), com materiais têxteis ou com alumínio reforçado. Neste último caso já não se tratará de condutos rígidos, mas sim flexíveis. Outro material que é frequentemente utilizado para a sua fabricação é o termoplástico. No que se refere à sua geometria, podem ser de seção retangular, circular e ovalados.

Circulação do ar pelos condutos

Na hora de ventilar um recinto, seja expulsando o ar ou bem extraindo-o, é muito comum ter que conectar o extrator com o resto da instalação através de um conduto. Ao discorrer o ar pelo conduto, absorve energia do ventilador que o extrai devido ao atrito com as paredes, as mudanças de direção ou os obstáculos que encontra pelo caminho. A eficiência da instalação torna necessário minimizar esta parte da energia consumida.

O fluxo do ar é chamado laminar quando a sua trajetória é uniforme. Denomina-se turbulento quando a trajetória das partículas do fluido é irregular e muda constantemente, dando origem à aparência de redemoinhos.

Denomina-se perda de carga à pressão do ar necessária para vencer o atrito dentro do conduto. Esta perda é a que determina o gasto de energia do ventilador. As canalizações de ar nem sempre são compostas por tramos retilíneos, mas frequentemente apresentam acidentes na sua trajetória que obrigam ao uso de cotovelos, desvios, saídas, etc. Todos estes elementos oferecem resistência ao passo do ar aumentando a perda de carga, pelo que é preferível limitar a sua utilização já na fase de desenho da instalação. No caso dos cotovelos, costumam ser de traçado curvo, precisamente para minimizar a perda de carga. Quando, por questões de espaço, não podem ser utilizados e se tem que recorrer a cotovelos retos, estes costumam estar dotados de umas peças curvilíneas chamadas letas diretivas, que são peças com curvatura alojadas na diagonal do cotovelo. Podem ser de espessura uniforme, de chapa ou adotar perfis aerodinâmicos. A colocação de diretivas com uma separação progressiva entre elas serve para distribuir de forma ótima o fluxo de ar, reduzindo assim a perda de carga dentro do cotovelo.

Também é muito frequente que, por imperativos de construção, se tenha que recorrer a mudanças de seção, reduções ou aumentos do passo dos condutos. Estas mudanças de seção devem ser feitas de maneira progressiva e não abrupta para reduzir a perda de carga. Outro trecho muito importante dentro de uma rede de condutos são as saídas verticais através dos telhados. A melhor solução consiste em dotar o conduto na saída para o exterior de uma envoltória tubular que atua como bico, difundindo o ar verticalmente. Também drena a água da chuva que se pode introduzir na boca. A água discorre colada às paredes interiores da envoltória, que, ao ter um diâmetro maior que o conduto, permite que a água volte a sair para o exterior.